Querida Lu,
As coisas por aqui andam um tanto quanto estremecidas. De manhanzinha, o despertador sempre grita mais cedo. A tarde, agora, os telefonemas são frequentes para aqueles que não conheço. E de noite, pra variar, fico pensando em milhões de coisas e não consigo pegar no sono sem antes me perder num rastro de loucura. Agora, um pouco diferente de quando você estava por aqui, fico fantasiando o tempo e as dores de amores impossíveis.
Eu aprendi o que era saudade, sabe. De tudo o que já tive um dia. Diga-se de passagem que possa ser dessa dorzinha que chamam de amor. Ou até mesmo, do tempo que tive. Ah Lu, se pudesse voltar pra me entender. Quantas procuras e caminhos desviados. Quantas noites mal dormidas pensando no que poderia ser feito. E os dias de chuva que me escondia pra não ter que ver o passado batendo na janela? Que falta isso me faz.
Acho que eu mudei muito também. Acho não, tenho certeza. Às vezes eu fico a esperar alguém que realmente se importe comigo e que não espere mais do que eu possa oferecer. Em vão. Lembra que eu não sabia esperar? Lembra de quando me ensinou a desenhar e eu queria saber todas as formas de uma só vez? Engraçado, mas não é mais assim. Aprendi a ter calma.
Outras vezes, eu tento desaparecer, levando comigo apenas um espelho e um lápis, pra que quando eu estiver bem quietinha, eu ter a chance de me olhar e escrever realmente aquilo que eu vejo. Eu sei, perco muito tempo com isso tudo.
Desde que você se foi, com toda a sua graça, ninguém estendeu as mãos para teu passado. Eu queria mais, aliás, eu quero mais. Eu quero que você volte e traga toda sua grandiosidade pra perto de mim. Você também me faz falta. Dói passar pela rua de sua casa, tocar a campainha e não ver sua sombra surgindo do corredor.
Eu tive tanto carinho, nesses dias Lu. Quanta falta você faz.
E agora, antes que eu possa dizer que toda essa saudade e amor passem, digo o quanto foi doído não poder segurar tuas mãos ainda quentes. Remoendo minhas lembranças apagadas, me irrito ao lembrar que a ultima vez que suas mãos estavam nas minhas, foi quando sua temperatura já não aquecia como antes... e os dedos sendo pintados com o branco tão clarinho, transparecia o tempo que não iria te trazer de volta. Partira pra nunca mais.
amo você pra sempre.
Quem sou eu
Grande mentirosa, mais besta que a besta e dona de um coração “viciado em amar errado”.
Todos os devaneios
Seguidores
Encontre um Devaneio
Devaneios mais vistos
-
Eu nunca acreditei no amor. Ora, como o amor pode ser uma coisa boa se ele nos mostra o pior de quem a gente é e sempre nos decepciona e...
-
Eu sempre tive uma visão cética sobre as relações sociais: a gente pode, sim, esquecer uma pessoa; seja ela que nos magoou, quem a gente...
CONVERSATION