O que eu peço é que você seja sempre de verdade também. Que me queira assim, imperfeita e cheia de confusões. Que saiba os momentos em que eu preciso de uma mão passando entre os fios de cabelo. Que perceba que às vezes tudo o que eu preciso é do silêncio e do barulho da nossa respiração. Que veja que eu me esforço de um jeito nem sempre certo. Que veja lá na frente uma estrada, inteiramente nossa, cheia de opções e curvas. E que aceite que buracos sempre terão.
Fiquei chateada. Vi que nunca vou deixar de ser trouxa: eu e meu coração mole cheio de mosca. Tudo bem, penso eu. A vida segue. Ser humano é aceitar que a decepção faz parte da vida. A esperança, como boa guerreira, consiste em não saber ao certo se o outro quis de fato magoar você ou se foi tudo sem querer. Tomara que ele descubra. Tomara que, enfim, as coisas possam voltar a ser o que eram. Talvez um pouco arranhadas ou até coladas com algo que grude e não mais solte. Tomara que, ainda que seja uma costura paraguaia, um abraço ainda possa ser dado. Fiquei chateada, mas não a ponto de jogar a toalha, isso é demais pra mim, um ser que acredita. Espero que você não tenha desaprendido a caminhar.
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Bodas de beijinhos
Quantas vezes é possível te amar pela primeira vez? Talvez eu nunca encontre explicação pra essa coisa que chamamos de amor, que começou há dez anos, quando a gente era ainda adolescente e que perdurou ao longo do tempo. Eu nunca entendi, de fato, a falta que você me fez. Aquela falta não só de alguém pra passar o domingo sem fazer nada ou de comer todas as gordices do mundo na madrugada. Na verdade, era aquela falta de alguém que realmente me entendia, me compreendia e que me conhecia como mais ninguém. Aquela falta que dá no peito quando você não tem mais saída para os problemas da vida. Era isso que doía por não estar com você. Pela companhia e pelo carinho sempre presentes em nossa rotina. Apesar de todos os pesares, nós sempre fomos o encaixe perfeito das lacunas abertas em nossos corações. Eu nunca soube esquecer de você. Nunca quis, na verdade. Eu sempre lembrei de você nos momentos felizes, como quando eu me formei na faculdade ou quando minhas matérias começaram a ser publicadas. E, claro, nos momentos de dor, como quando perdi pessoas amadas ou quando me metia em algum relacionamento abusivo que me culpava diariamente. E é exatamente por isso que era gostoso lembrar de você: porque nós nunca fomos um casal de ex-namorados que brigava ou se odiava. Muito além disso: eu vibrava, quietinha, por cada acerto seu, por cada cada conquista ou por algum momento de felicidade que via de longe. E, claro, também me entristecia quando eu sabia que as coisas não estavam indo muito bem. O engraçado é que nesta ausência, nós sempre mantivemos o contato, mesmo que mínimo possível. Eu sempre tentava saber se você estava bem ou como estava indo com a sua vida. É engraçado porque nunca quisemos o mau um do outro. E isso perdura até hoje. Depois de tantas reviravoltas, caminhos desviados, e outros amores... finalmente estamos aqui, morando na mesma casa, dividindo o mesmo espaço, compartilhando nossas frustrações e felicidades. Finalmente nos casamos. Finalmente somos só eu e você. Faz um mês que eu encontrei meu lar. Que eu (re)encontrei meu lugar no mundo. Faz um mês que acordo de manhã cedo e vejo você dormindo bem na minha frente. Parece até coisa da mente, uma peça pra me fazer esquecer dos meus medos e problemas... mas, não! É você aqui. Somos nós aqui, em nossa casa. Eu não poderia querer outra coisa da vida. Ainda bem que eu nunca esqueci você. Ainda bem que sempre foi você, meu amor. Meu primeiro, único e verdadeiro amor. <3 p="">
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Grande mentirosa, mais besta que a besta e dona de um coração “viciado em amar errado”.
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