Há quem justifique...

De vez em quando, bate uma solidão e ficar a mercê do tempo a esperar alguém aparecer ou algo que acabe com isso, leva muita coisa em tese. Esperar pra quê, se quando chegar vai curar mas depois volta tudo ao normal? Pois é, a gente espera demais.
Esses dias eu vivi uma história de alguém que sofreu muito por ser sozinha. Calma, era casada e tinha filhos. Era sozinha de espírito, sentimentos.
- O que importa ter tudo e não ter o encontro?
- Encontro?
- É, encontro com você. De estar conectado com alguém.
- Ah...
- Eu queria que fosse recíproco.
- Mas desde quando reciprocidade existe?
Ela ficou dias sem olhar pra mim, mesmo no café da manhã, mas ela não me dizia nada. Nada do que era de se esperar. Esperar? É. Eu esperava saber se reciprocidade existia.
Ontem, aquela mensagem de "fim" me deixou sei lá, eu sempre desejei isso para ela mas não pensei que viesse assim tão estampada em sua cara. Eu pensei que pudesse livra-la da dor. Mas dor é inevitável, não é mesmo? A gente sofre tanto, mas um tanto tão sufocado que a gente não vê saída. Sofre por ver as coisas que não conseguimos, as coisas que talvez não teremos nem hoje nem daqui a dez anos. Atualizamos novidades, conversamos sobre a inda e vinda do acaso mas isso não muda sofrimento. Erra sabendo que tá errando. Sofre chorando a dor; esperando.
- Existe!
- Onde?
- Você é minha reciprocidade.
- Só queria ter certeza que você saberia me responder.
Depois a gente acha que nossa dor é maior que a dos outros. Que ninguém entende a nossa. Muito pelo contrário. A gente só não tem companhia pra dor. O resto? O resto todo mundo tem. Lágrimas e motivo suficiente pra sofrer.

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