Não acredito que um dia escreveria sobre você. Na verdade, ainda não estou acreditando. A única coisa que passa pela minha cabeça é o termo "apostas", mas isso (pelo menos agora) não vem ao caso.
Eu não imagino você dessa forma, dessa forma tão viril e tão informal, despindo toda a sua prepotência e teu jeito de homem maduro, tão certo de si. Não sei até que ponto foi real, mesmo pensando que de mim, nada além do casual virá.
Não vou mentir que falava de você semana passada, quando dizia querer tirar minhas próprias conclusões e saber se você era realmente aquilo que falavam: bom e relativamente melhor. Eu dou risada toda vez que me lembro, balançando e fazendo "não" com a cabeça simplesmente por não acreditar em momentos, em palavras, em gestos, em suor e muito menos em você. É claro que essas tuas mãos souberam me enlouquecer, mesmo quando não sabia que rumo tomar. É claro que meus seios nunca tiveram sobre eles um hálito tão bom quanto o seu. Claro que teu olhar de canto de olho e a boca quase totalmente fechada, respirando ofegante mas calmamente, me fazia girar os olhos enquanto depositava minha saliva em sua graça. Claro que minhas mãos ficaram contidas, segurando o vazio que eu não queria preencher. É mais claro ainda que queria passar as unhas nas tuas costas tão ferozmente como quanto você passava os dedos em mim. Claro que eu queria depositar toda minha loucura sobre teu colo e dançar um tango, um blues, uma valsa que você se quer conheceu. É claro que meus pés ficaram dormentes quando encostou a cabeça sobre a minha testa e me encarou perguntando se havia algo errado. É claro que eu queria prolongar aqueles minutos perdidos no vidro embaçado que eu tanto presava estar. Claro que respirei teu suor como se fosse a coisa mais dilacerante do mundo, que fazia meu sangue ferver tão bem quanto meus desejos.
A única coisa que não me ficou claro é essa tua disposição comigo, essa vontade surgida do nada, essa coisa que eu não quero entender mas que me fez deixar de lado a minha rotina pra encontrar com algo que ainda não consegui classificar. Eu não quero nada, não espero nada, muito menos respostas. Eu não me importaria se fosse apenas um jogo, um meio de saber se consegue ou não me seduzir, porque eu só queria, de verdade, que você soubesse que foi bom.
Quem sou eu
Grande mentirosa, mais besta que a besta e dona de um coração “viciado em amar errado”.
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