Eu não costumo reclamar de anos que se passam ou das coisas erradas que um ano pode trazer pra vida de alguém. Mas, esse último que passou, sem dúvida alguma, foi de muitas provações, perdas e decepções. Não vou dizer que tudo foi em vão. Mas, também, não posso garantir que foi mil maravilhas. Entre as coisas boas, posso dizer que realizei alguns dos meus sonhos neste ano, como o de trabalhar numa editora e numa redação legal; consegui me formar em jornalismo; fiz minha primeira grande cobertura de prova, diretamente do Rio Grande do Sul - sem contar, é claro, que foi a minha primeira viagem de avião; conheci pessoas fantásticas, que me apoiaram e me fizeram ser forte; aprendi muito com o meu trabalho, com as pessoas que me ajudaram e com a vida; me livrei de tudo o que tirava o meu sono e desmotivava o meu ser; emagreci mais de 18 kg; cresci tanto profissional como espiritualmente. Dancei, sorri, me apaixonei, tomei porres maravilhosos, senti orgulho de mim mesma, conquistei meus planos, mudei de direção, aprendi a dizer adeus pras pessoas que eu amava e a dizer "seja bem-vindo" para quem queria entrar. Mas, também, foi um ano de grandes perdas. Perdi uma tia muito querida que morava no Japão e que lutava há mais de 30 contra uma doença. A falta que eu sinto dela é enorme, pois nestas noites de insônia ela sempre estava do outro lado pra falar comigo, me fazendo lembrar que a vida é muito melhor do que eu acredito que seja. Perdi meu bem, meu benzinho, que eu acreditava ser a pessoa que mais pudesse curar os meus medos e me fazer sentir a melhor pessoa do mundo. Mas, no fim das contas, a desilusão foi tanta que a única coisa que eu me senti com ele, foi um zero a esquerda. Apesar de tê-lo amado louca e perdidamente, eu finalmente entendi e aceitei a condição de nunca mais ter que olhar pra sua cara. No fim, perdi o cara que eu amava mais do que a mim mesmo: o meu totoca. O meu querido e grande Vô Toninho. Teu coração não suportou as 42 paradas cardíacas que teve, e ele me deixou, me deixou sabendo que iria me deixar. Mas, eu agradeço todos os dias pela vida que ele me deu, pela família que ele construiu e por tudo o que me ensinou. Apesar da dor imensa da saudade, a felicidade é imensa de poder ter tido a sorte de ter o mesmo sangue que este homem maravilhoso que ele foi. Ainda no finzinho dos meus 21 anos, tive a notícia que perderia o emprego. Eu sei que para alguns é algo tão supérfluo, mas trabalhar ali era o único momento em que eu realmente sentia que eu tinha encontrado o meu lugar. Mas a vida é assim. As coisas acontecem, o tempo e a vida precisa continuar e acontecer. E é por isso que, mesmo com todos os problemas, sofrimentos e mágoas que eu carrego deste ano, eu sinto que é assim que tudo deve ser. Talvez amanhã, tudo mude de novo. Talvez a felicidade demore pra chegar. Talvez eu nunca encontre o verdadeiro motivo pra sorrir. Talvez eu fique sozinha pro resto da vida. Ou, talvez, não. E o que me garante que talvez não seja assim? Ah, isso só este novo ano pode me dizer.
Que seja um ano bom pra mim. Aniversário comemorado como ano novo eu aprendi com um amigo, e levo como filosofia de vida pra sempre continuar a crescer, melhorar e aprender.
E que, como diz a música "Que exista amor pra recomeçar!"
Quem sou eu
Grande mentirosa, mais besta que a besta e dona de um coração “viciado em amar errado”.
Todos os devaneios
Seguidores
Encontre um Devaneio
Devaneios mais vistos
-
Eu nunca acreditei no amor. Ora, como o amor pode ser uma coisa boa se ele nos mostra o pior de quem a gente é e sempre nos decepciona e...
-
Eu sempre tive uma visão cética sobre as relações sociais: a gente pode, sim, esquecer uma pessoa; seja ela que nos magoou, quem a gente...
CONVERSATION