Não gosto de pensar nas últimas etapas da minha vida, porque sempre acabo me remoendo em dor. É como se antes eu não visse o tanto de ódio que as pessoas injetaram no meu coração, a troco de nada. Eu nunca fui uma pessoa odiosa, que desejava o mal para quem me queria mal. Até porque foram poucas as pessoas com quem tive desentendimentos ou parei de falar. E acredite: todas essas pessoas eu ainda sinto um leve arrependimento, como seu eu quisesse voltar no tempo e esquecer o que elas me fizeram de ruim. Mas, por incrível que pareça, ainda é difícil me libertar das mágoas e da dor. É claro que não fico me remoendo e me contorcendo de mágoa, mas as vezes dói. Mas a questão é que não consigo entender como o ódio de uma pessoa por algo ou alguém pode ser transmitido para outra, sem que ela perceba. É como um ciclo sem fim: você odeia uma pessoa, e eu também tenho que odiar. Meu Deus! Isso é desesperador. É desesperador pensar em como a espécie humana deflagra até os seus iguais, por nenhum motivo aparente. É desesperador pensar que eu tenho que odiar uma pessoa só porque você também a odeia. E isso, aos poucos, vai se acumulando e se transformando nessa onda de ódio, de intolerância e de vazio que preenche a vida de todos. E se você não está ciente para ver o que acontece ao seu redor, infelizmente você se tornará uma pessoa odiosa. Não sei se foi sorte ou pura libertação do meu coração, mas ainda tive a chance de perceber que isso estava sendo injetado em mim. E que eu era capaz de me libertar disto. É tão difícil ir contra a maré, mas é possível. E aí, quando você vai contra ao que todos odeiam, seu coração passa a ser mais livre. Mais leve. E a vida começa a ter graça de novo.
(e você consegue voltar a sorrir;)
Quem sou eu
Grande mentirosa, mais besta que a besta e dona de um coração “viciado em amar errado”.
Todos os devaneios
Seguidores
Encontre um Devaneio
Devaneios mais vistos
-
Eu nunca acreditei no amor. Ora, como o amor pode ser uma coisa boa se ele nos mostra o pior de quem a gente é e sempre nos decepciona e...
-
Eu sempre tive uma visão cética sobre as relações sociais: a gente pode, sim, esquecer uma pessoa; seja ela que nos magoou, quem a gente...
CONVERSATION