o enterro da culpa

Engraçado como algumas coisas são estranhas. Hoje, hoje mesmo, joguei na busca do meu gmail a palavra "aniversário", para procurar algum email marketing de alguma empresa qualquer para ter uma ideia do que fazer para a agência que trabalho. Sabe quando você precisa de uma ideia e lembra que tem ela perdida em algum lugar? Pois bem. E foi aí que me dei de cara com um email de uma pessoa que não falo há alguns anos. Um email que começou com um desabafo meu, sobre o dia do meu aniversário e de quando fui, ao meu ver, apunhalada pelas costas. Uma troca de emails longa, mas que no final eu pedia para "deixar para lá, pra deixar ser como será". E aí, de repente, aquela ficha que demora anos para cair, finalmente caiu. Aquela ficha de "como assim eu sempre fui passiva e perdoei TUDO e TODOS?". É muito estranho voltar ao passado e perceber que eu sempre tentei ser uma pessoa que deixava para lá, todas as angústias e sofrimentos que meu coração já passou. É engraçado perceber que eu sempre tentei ficar próxima de pessoas que me machucaram de alguma maneira. E deu um aperto no coração ler o quão trouxa eu sempre fui, buscando, indo atrás e tentando entender o lado da pessoa. 

Talvez a vida seja assim mesmo: perdoar e esquecer. Talvez eu deva ser tão avoada a ponto de passar por cima do que sinto para ficar bem com todo mundo.

Mas, no final de contas, o que me sobra? O peso de uma culpa que nunca foi minha. 

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