Livre sem cor

Eu olho pra você e vejo toda a timidez de lábios sem palavras, caindo em contradição, borrando sua guia na própria essência de ser esquecido e tendo o dia com mais segredos. Pensei que poderia escolher. Você precisava de alguém que costurasse tuas incertezas mas infelizmente eu não tinha a linha do acaso. Eu testava sua graça para ver se encontrava retornos em ruas sem saídas. O foda é saber se despreender. Ao invés disso, eu fico rodando em torno de labirintos procurando transbordar sentindos que não dão em lugar nenhum. Mas é isso mesmo. EU quero mais encontro. Mais filme água com açúcar de sessão da tarde. Quero extase ao ver o sol vermelho e amarelo. Mais mãos entrelaçadas, abraços arrepiantes e calafrios à queima roupa. Quero concretizar laços; memorizar estações. Diga que se arrepende. Queira estar comigo. Quero mesmo é te quebrar os olhos. Te fazer parar de se destruir... Mas não devo. Já fiz. Não faço mais.
Enquanto essas lágrimas vão escorrendo, vejo você se perder na rotina. Quem vai te reerguer? Implore a felicidade que eu lhe sopro teu desprezo. Se entregue que eu não vou te querer. Eu só quero olhar pra você, olhar bem nesses teus olhos queimados de vaidade e dizer: - Pobre benzinho, sinta sozinho o seu mal!

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