Dá pra (re)começar sem me perder no tempo, como eu me perdi de você?
Faz parte
Eu fico me perguntando até quando eu vou continuar falando "Tudo bem, faz parte!". Tenho visto que preciso viver a vida, mas sem saber como. Na verdade, eu sei e todos sabem que a gente tem tanta coisa pra fazer e nem sabe o que, e fica se doendo por pessoas e coisas que não deveriamos nos importar. Nós somos muito maiores que isso. Eu ando sem medo e com uma mente cada vez mais leve. Vivendo com o que acredito ser e fazendo o que me dá vontade. Eu sei que minha verdadeira força dorme atrás dos meus olhos, mas eu não posso vendê-los a dor. Porém, nem tudo faz parte assim. Não faz parte ter que ver a vida passar e não mover nada para mudá-la. Não faz parte aguentar as doses que meu pai vira todos os sábados só porque minha mãe diz que, por trás disso ele é um bom homem. Não faz parte ter que ver a sua amiga te fazer de trouxa achando que você não sabia das coisas que ela fazia, mas que por respeito, fingiu não saber. Não faz parte ver quem você quer, todos os dias diante de você e simplesmente não saber o que falar para trazer esse alguém para perto de si. Talvez meu maior erro seja acreditar que tudo faz parte. O que realmente deveria ser parte é chegar em casa e dar um abraço nos meus pais e dizer que os amo. Seria parte a amiga não te trair pelas costas, porque ela realmente era a única que entenderia que o 'faz parte' vem com o tempo. Seria parte encontrar quem você quer e a graça invadir o teu rosto simplesmente porque ele sorriu para você. Isso sim faria parte. No fim, eu me contorço com tanta certeza, passo por mudanças e tanto esforço só para expor ao mundo que nada do que tenho faz parte, já que não acredito na discussão das minhas vontades e manias, mas sim do que realmente é me dado, por direito ou indiretamente por alguém. Quando entender o que estou querendo dizer nesses ultimos dias, de pouco me irá servir, porque já será tempo demais para algo que não mais me fará parte.
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Doce
Eu brigo, deixo de falar. Guardo mágoa, deixo escorrer a dor pelos olhos toda vez que não me dirige uma palavra. Dói mais ainda quando me nega um olhar. Nosso gênio forte e a forma fria de dizer que ama. Sinto vontade de chegar do trabalho e deitar na tua cama, com o teu jogo de "O que você prefere, doce?", para me fazer pegar no sono e você ter que me carregar até meu quarto. Sinto falta de você tocando meu dedinho do pé, porque sabe que isso me faz rir. Eu sinto que não é tarde demais pra te abraçar de novo, mas parece que algo me impede. Esse algo deve ser esse meu orgulho ferido. Essa culpa que me atormenta toda vez que sai pela porta desejando nunca mais me ver. Mas eu sei que não é tarde demais, eu sei que me falta coragem de voltar atrás. Dói te ver apenas pelo retrovisor do carro todas as manhãs. Sinto falta de andar com o braço pela sua cintura e perguntar do que a sombra é feita. É falta de te ver aos sábados deitado no sofá com uma das mãos desembaraçando meus cabelos. É de você me chamando de doce. Sinto falta das tuas ligações ao meio-dia, todo os dias. Falta de encostar no teu ombro pra sentir teu cheiro e ficar sorrindo ao olhar seus olhos mudando de cor por causa do Sol. Sinto falta de dizer que meu amor por você era maior que um pote cheio de bala de goma, que costumava me dar aos finais de semana quando pequena. Mas eu não posso mais viver uma vida forjada de lembranças boas. Eu realmente preciso aceitar que essas coisas não voltam mais. Por mais que eu tente ou por mais que eu finja não acreditar, a gente já viveu o tempo certo. Só prezo para que, quando não for realmente tarde, você perceba que o tempo todo, meu tempo era teu.
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Grande mentirosa, mais besta que a besta e dona de um coração “viciado em amar errado”.
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