Nunca divulguei vídeo nenhum aqui, mas esse merece. Essa música em si merece. Depois dela, eu voltei a acreditar em tanta coisa: eu passei a ver sorrisos e a lembrar sensações. Na verdade, eu voltei a acreditar em mim.
"Vem, vamos viver juntos e velozes. Vem, vamos rodar no salão do mundo. Nossa vida vai dizer o que mais importa. Hoje é dia de dizer que o amor convém. Vem, vamos correr todas as apostas Nós vamos dançar: o salão do mundo é nosso. Tanta vida vai nascer desses nossos passos. Hoje a gente vai viver por amor, meu bem. Deixa tudo acontecer, como um filme. E só vai saber pra que serve o tempo quem se preocupar quando houver saudade. As vezes, dói, como dói querer não sentir vontade. Hoje a gente vai viver, nossa eternidade. Nossa vida vai dizer o que mais importa Todo mundo vai saber... que o amor convém!"
É exatamente como me sinto: só. Mas é uma solidão engraçada, estranha e trágica que eu mesma quis entrar. As pessoas me falam para amolecer o coração, que é amargura demais para alguém que mal se livrou da adolescência. Eu vivo uma vida só para mim. De mim para mim, na verdade. Não questiono mais com que deveria estar. Questiono quem quer estar comigo, quem me cobra algo que não devo. Questiono quem me cobra presença. Quem me cobra respostas. Se eu soubesse responder a todas as minhas dúvidas, meu bem, com certeza não estaria escrevendo absolutamente nada. Muito menos questionando meio mundo. Eu vivo uma vida só para mim, eu já disse isso? É claro que eu espero por alguém que me desperte sensações intensas, que me dê domingos de tardezinha debaixo de um cobertor e que não me faça desprender do que já era meu, por direito. Mas o erro não é esperar: é procurar. Eu sempre fui fria com essas coisas. Essa coisa que falam de "procurar a alma gêmea". Eu acho que se isso existe (ok, eu acredito e muito) uma hora aparece. Mas é o tal negócio: eu não procuro e nem quero. Eu não preciso de um fato novo na minha vida, não saío todos os dias de manhã em busca disso. Eu apenas aguardo. Mas não cobre de mim. Não peça a minha atenção mais do que já dou. Entenda que eu não vou deixar de viver por ninguém. Eu já não sou de mudar de opinião, quem dirá mudar gostos e manias por um alguém. Depois que ele se foi, deixando metade do que eu tinha de "quente" nele, eu preciso primeiro entender o que significará para mim dizer "eu te amo" para depois dizer. Essas coisas de se jogar de cabeça não dão muito certo comigo, muito menos planejar um amor. Marcar encontros ou cobrar ligações nunca foi minha praia. Deve ser por isso que vivo sozinha. Ou não, as pessoas tem que aceitar as outras como são, não é mesmo? E por mais errado que isso seja, eu sou assim. Eu não sei medir transparência de palavras muito menos integridade em justificativas. Nunca acreditei em "te amarei para sempre" até o dia que perdi alguém. Nunca desconfiei de nada do que acreditava. Sempre cobrei de mim a pessoa que sou. Eu sei que é hora de aceitar o que está na minha frente, de não andar em direções opostas de quem quer estar comigo. Mas eu não vejo graça em ser uma pessoa fadada a expectativas, esperando sempre um beijo antes de dormir e um "Amo você" ao acordar. Eu ainda choro por filmes românticos. Ainda sinto falta de ter a quem amar. Mas eu não vou me entregar ao destino por algo que, ultimamente, não me comove mais.
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