Ano novo

Aprendi a levar o guarda chuva na bolsa. Não aprendi a usá-lo. Comecei a me vestir pra me sentir bem. Acostumei-me com o meu mau humor (principalmente o matinal). Dei mais do que recebi. Recebi mais do que queria e menos do que eu gostaria. Vivi intensamente cada segundo de prazer. Venci minha timidez. Quebrei meus tabus. Fiz o que desejei. Conheci quem eu não queria, mas mudei o rumo quando conheci quem eu esperava. Descobri que era desejada. Errei em não querer quem me queria. Falei o que não devia. Ouvi o que não queria. Virei os olhos por prazer. Chorei de tristeza. Chorei ainda mais de felicidade. Despi minha ingenuidade. Sofri todos os dias por medo. Culpei-me. Julguei e fui julgada. Pisei na bola. Marquei alguns gols. Fui atriz do meu próprio drama. Perdi. Não tive tantos ganhos quanto eu esperava ter, mas fui atrás do que eu queria. Amei de verdade. Puts, que merda! Descobri que não era pra ter amado. Dormi em camas estranhas muito mais do que eu imaginava. Fiz 20 anos. Continuei com as mesmas piadas com crianças. Brinquei todos os dias como se ainda tivesse na infância. Mudei minha opinião, mas não a minha razão. Perdi uma grande amizade. Fiz outras. Mudei a minha vida. Vi o meu ídolo de perto (Eddie Vedder)! Fui feliz. Estou feliz. Arrependo-me de muitas coisas, as que eu fiz principalmente. Senti saudade. Chorei de saudade. Sorri por saudade. Esperei, esperei e esperei por respostas: tive todas que queria. Busquei. Encontrei. Fiz. Refiz. Reciclei. Acertei. Joguei. Apostei. E tudo o mais, que eu não consigo me lembrar agora, me fizeram crer que esse ano, foi o melhor de todos. Na verdade, eu sempre digo isso. Espero continuar dizendo, porque eu preciso que cada coisa que disse, se repita ou seja melhor nesse novo ano.

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