Sobre o medo de não saber o que fazer

Olhando assim de longe, sabemos que as pessoas deixam rastros. E são esses pedaços de pequenos longos dias ao lado de uma pessoa, que fazem a gente ter medo. É aquele medo que bate repentinamente, de não saber se estamos agradando ou se estamos magoando. Um tipo de receio por acharmos que, se agirmos impulsivamente, podemos não estar fazendo o certo. Mas o que é certo? Levar a bronca todo dia para casa com medo de não dar conta de ouvir umas verdades (que acreditamos que não passam de desaforos)? No fundo, o certo é uma mera superstição de que o errado é errado. E se eu fizer errado, qual o mal que está por trás disto? Eu sei que na verdade, tudo não precisa de orientação. A gente precisa errar pra saber o que é certo. A gente precisa acertar pra saber que existe o errado. Mas quem disse que tudo é simples assim? Eu me vejo querendo mudar as coisas, como se tudo o que eu sou fosse um erro. Quem foi que colocou isto na minha cabeça? Que padrão de idealidade uma pessoa segue pra jogar sobre outro alguém que o certo, que acreditarmos ser, não passa de algo banalizado? Muita gente procura encontrar defeito em tudo e em todos. Muita gente quer mudar o outro. Isso é certo pra quem? E é errado por quê? Eu acho que, na verdade, o medo de não saber o que fazer é culpa de alguém que faz do nosso acaso, um sufoco. Que faz dos nossos sonhos e ideais, um pesadelo. E eu queria saber me libertar desta gente que fere e acha que está certo. Que julga sem ser julgado. A culpa é de quem, no final? Minha, por ter medo, ou das pessoas que implementam o erro sobre meus acertos?

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