Toda vez que eu me despedia de você, era algo momentâneo. Outras vezes, parecia uma eternidade. Mas era incrível a sua capacidade de invadir meus livros, minhas poesias, a minha blusa de bolinhas que odiava e, até mesmo, meus passos em vão. Eu continuava a seguir mas você sempre estava lá me esperando pra voar, mesmo sabendo que eu sempre mantive os pés no chão. Era inevitável: ignorei todo teu passado idiota só pelo simples fato de te querer do meu lado, nos domingos tediosos e nos dias de chuva. Dessa vez, eu tentei não ouvir a verdade, porque não foi fácil de entender a sua vontade: a de não me querer mais. É difícil imaginar que você se dedicou ao máximo a uma pessoa que não mereceu. É difícil aprender a nadar neste mar de solidão que você me atirou. Mas eu precisava continuar. Esquecer de você tão facilmente como você me esqueceu. Pensava que nada pudesse me fazer continuar, mas eu estava errada... e eu me engano tanto com as coisas, com as pessoas e situações que já deveria me acostumar com o fim e a morte de tudo. Apesar de tudo, a vida ainda sabe me ganhar. Eu sabia que precisava seguir em frente, mesmo com toda a dor e saudade que ainda habitam em mim. É uma dorzinha que às vezes escorre pelos meus olhos, e uma saudade da sua companhia durante as noites. Mas é uma sensação de alivio. Uma sensação libertadora por saber que não vou ter mais você pra me magoar, pra me torturar e me maltratar. Eu respiro em paz, mesmo sabendo de tudo o que fiz e refiz por você. Respiro porque sei que dei o meu melhor. E a paz é por saber que finalmente encontrei o meu lugar: longe de você.
De longe
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