apesar de tudo



pelo visto, eu ainda sou a menina parada na porta da escola, indo até a sorveteria toda as terças e quintas-feiras atrás do sorvete de sensação com cobertura de morango. de fato, sempre quis o óbvio e, talvez, o mistério nunca tenha me atraído. sempre com vergonha de tudo, dos sentimentos aos gostos, através de uma reclusão particular da minha alma. mas também nunca gostei do que estava na minha cara, de fácil acesso. sempre me apaixonei pelo mais complicado, pelo mais difícil. foi pelo impossível que criei amores e descobri que poderia amar, porque meso assim eu botava fé em tudo o que eu gostava. em tudo o que eu achava que poderia dar certo. em linhas gerais, um pedaço de papel sempre me fez traduzir o que ninguém conseguiria entender com palavras. fazia mais do que falava sem a intenção de ter. diante das palavras eu me deitava num espaço confortável. eu esperava pela hora certa de escrever ainda não estava preparada para encarar um oceano de possibilidades de uma que me aguardava. eu queria que tudo fosse sincero, desejava numa entrega muda de palavras com o meu destino. escrevo por dias, pensando em um único dia. entrego, me entrego. “O amor não é melado, o amor é doce. Não é dependência e muito menos explicação. O amor nunca esteve pronto antes de ser o amor. Ele assim como eu gaguejou, derrubou coisas, foi desajeitado e engraçado, foi simples. Ele escreveu o que não sabia falar dentro de mim, mandou eu te dizer, mas eu me senti como ele, então também copiei dele e decidi escrever antes de tentar falar, pois você não merece qualquer coisa. Amor é construído, nunca chega pronto. Não se percebe quando chega, não se pode filmar ou guardar nas gavetas, pois amor é desconhecido. Mesmo depois de uma vida inteira de amores ele ainda será um desconhecido, assim como eu aqui agora. Então não me faça falar, só me deixe ser, só me queira ser assim como eu sou. Só me queira num querer mudo, assim como sem palavras eu quero você”. morrer de amor é o único motivo de estar vivo. percebo que sempre busquei o amor e nunca me arrependi.

CONVERSATION

Back
to top