Sobre quando amar é ser vulnerável
Sabe esses dias que você olha para trás tentando procurar algo que explique os motivos das suas próprias mudanças? Acho que é este é um momento que chega para todos, independente da idade, do número de erros, das chances que a vida deu ou, até mesmo, das coisas que passaram.
Quando eu paro nestes instantes para olhar para trás, mesmo sabendo que este não é o meu caminho a seguir, eu vejo uma menina que acreditava tanto nas pessoas. Que achava que o amor era capaz de mudar o mundo. Eu acreditava que era impossível perder quem se ama, porque o amor era a chave para todas as respostas. Conto da Carochinha? Talvez. Mas, com o tempo, a gente começa a se sufocar pelo que poderia ter sido. O antes. Mau indício de que os próximos dias irão te matar um pouquinho por vez.
Hoje, eu até acredito que o amor possa realmente ser resposta para as coisas, mas já não o vejo como capaz de mudar o mundo. C. S Lews escreveu, uma vez, que "o simples fato de se amar é uma vulnerabilidade". E não é verdade? Cada vez que a gente ama algo ou alguém, a gente está vulnerável à dor, à culpa, às incertezas e também aos acertos. Não vou ser pessimista o bastante pra dizer que o amor são só adjetivos ruins pelo simples fato das minhas experiência do passado terem sido tão dolorosas.
E, realmente, amar é ser vulnerável.
Porque amar é dar para alguém a paz que o mundo inteiro te tira. Mas, ao mesmo tempo, é sofrer pelo que poderia ser. Pelas coisas que poderiam dar certo, e não dão. E aí entra um fato que ninguém conta sobre o amor: a gente não consegue evitar a perda simplesmente porque queremos evitar.
Há quem diga que as vitórias têm a ver com passos diários e com lutas silenciosas dentro da gente. Que há começos que são fins e fins que são só o começo. Isso até faz sentido fora da prática. Mas na rotina, no dia que as cobranças começam a acumular, a única coisa a se fazer é se manter em pé, sem olhar para trás.
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