Acabara de fazer a barba e aquele cheiro de roupa limpa consumia todo o nosso lugar comum onde costumávamos nos encontrar. Como se tivesse partido para uma viagem, ele havia voltado sem que eu pudesse imaginar e muito menos acreditaria que eu estava esperando naquele banco. Tuas mãos eram quentes e o vão que tinha entre os dias frios e os anos que passaram, não aquecia o tempo perdido.
A suposta viagem demorara um ano e aquela camisa branca guardava o fardo de um mundo todo de luz, iluminado pela alusão que criava os olhos teus sob as rosas que eu tinha acabado de plantar.
Eu te esperava pra dizer adeus. Mais uma vez. “um dia o tempo apaga essa luz”. Onde eu estava pra perder a cabeça? Porque dizer o que não quer e depois ficar se lamentando?
Pois bem, meu bem.
Eu senti suas mãos, não disse? Eram mais quentes que qualquer dia de verão que a gente fechava os olhos para não ver, quase que fazendo chuva de mentira para não ter que ver o Sol nascer. Mas as mãos, eu as esperava frias. Sempre esperei. Sempre aqueci. Coração eu não tenho o dom. Pelo menos não que eu saiba. E se eu soubesse... ah, se eu soubesse eu aqueceria o meu primeiro.
(Acordando e vendo que a viagem realmente aconteceu)
Quem sou eu
Grande mentirosa, mais besta que a besta e dona de um coração “viciado em amar errado”.
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