É
difícil demais conviver com o fim. Mas não é um fim assim, trágico e que nunca
mais vai voltar a ser. É esse fim que a gente mesmo cria, dentro da gente, pras
coisas que não dão mais certo. É difícil chegar ao fim. Porque, por mais que a
gente sofra, não consiga chegar a um meio termo ou em uma concretude de ideias,
o fim nunca é o meio certo. E por que a gente o escolhe? Deve ser pelo fato de
achar que será melhor. Melhor? Eu fico me descabelando, chorando a cada música
melodramática que escuto e me agonizado a cada palavra de alguém que não
escuto. E por que eu quis o fim, meu deus? Eu sei, foi por aceitar que ambas as
partes não sairiam machucadas. Mas a continuação, a "cabeça erguida"
depois do fim... Como dói!! De verdade. Dói e dói demais. Ter que evitar
caminhos, desviar olhares e prender emoções. Segurar a fala. Prender o choro.
Lutar contra o pensamento. Lutar contra a saudade. O fim é uma merda. Uma merda
tão grande, mas que a gente tem que se acostumar, não é? Talvez sim. Ou será
que não? Eu sei lá. Queria que não machucasse tanto. Que eu não pensasse tanto
nisso, de como a minha consciência estava sã para chegar ao fim e agora, me
atormenta como se fosse a pior coisa que eu fiz. Deve ter sido. Mas será que no
fim, o fim terá valido a pena? É,talvez não. Ou quem sabe sim. Eu só preciso
aceitar a ideia de que o fim, no final, é um mal que vem para o bem.
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