- o problema é que eu não queria ter sido mais uma. "apenas mais uma" - * nunca diga isso ana todo mundo é alguma coisa na vida de alguém. - quem me garante isso? - * essas coisas não se questionam só acredita. - mas difícil é acreditar.
Dane-se o frio, o tempo e as calorias do seu almoço. Dane-se a demora. A felicidade é pro teu bico, relaxa. Começar mais uma vez não tem problema, não. Descomplica. Sem complicações, deixa o dia terminar. Te deixo. Me deixa. Dane-se; Pra que se preocupar com o que está por vir, se não sabemos o que está aqui?
Eu sou assim mesmo, quietinha no meu canto, que dança, que fala, que não fala e que ri. Acho tudo isso muito engraçado, essa mania de querer se explicar. Assim, vou embora quando me dá vontade, de encontro quando puder, não corro atrás. Alguns reclamam, mas não tenho paciência pra nada. às vezes, sinto que sou sozinha demais, outras eu prefiro assim, não ter ninguém pra me cobrar ou encher o meu saco. Gosto de estar aqui, de esperar, de levar na miúda e nos mínimos detalhes. Gosto de perder o sono pensando em trilhões de coisas, me arrependo do que não digo mas ligo o dane-se e continuo levando. To tranqüila, sem hora pra começar muito menos terminar. Muita calma nessa hora, aprendi a não cobrar e não querer mais do que possam me oferecer. Entendeu? Eu não falo mil vezes a mesma coisa, uma vez está perfeito. Acho mágico essa rotina de querer sempre saciar a falta de tempo pra se ter o que fazer. Vou parar, não costumo fazer charme.Eu sou assim, mesmo, juro. Acredite se quiser, ou não também, porque eu não quero te agradar. Quer saber, deixa pra lá. Não tente entender...só tente descobrir.
Não vou mentir: estava com muita raiva. Eu não queria que fosse assim, que partisse antes de ser bem vindo. Queria ouvir contos quaisquer, sonhos engarrafados e histórias de amor mal resolvidas. Eu queria mesmo encostar a minha cabeça no seu colo pra você afogar todos os meu medos, mandar embora toda essa rotina. Queria mais, sentar a mesa e rir de uma palavra que não sabia falar ou de alguma comida que nunca experimentei. Na verdade, eu queria me lembrar da época que andávamos de mãos dadas no meio da noite, e eu ficava maravilhada com as sombras dos nossos corpos que iam crescendo e diminuindo enquanto passávamos de baixo de algum poste de iluminação. Eu queria pedir pro tempo voltar atrás, quando eu não sabia o que era tempo, e que você me falasse o quanto era bom me ver dormir, enquanto cantasse uma música pra me fazer sonhar. Eu queria bater o dedinho do pé no sofá e que você viesse com seus dedos com toda a atenção pra fazer parar de doer. Que seja... Eu acho que quero demais. Eu acho que você não pensou quando perdeu-se por aí. Ou pensou e decidiu deixar pra lá. Tudo bem. Não há mal nenhum em querer ser outra coisa. Eu não devo julgar quem quer mudar. Mas eu só queria... Que me chamasse de doce quando eu mais precisasse dormir.
CONVERSATION
E o teus dedos entrelaçando os meus me fez esquecer de todo aquele peso, como se não houvesse nada a temer.
CONVERSATION
Então ao invés da sorte, vamos desdenhar do acaso.
CONVERSATION
Lugar pouco provável para se ter uma conversa tão séria, a ponto de fazer seus olhos prestarem atenção no que eu dizia, enquanto uma das suas mãos seguravam a minha, meu tormento parecia se acalmar. - Agora pra mim é indiferente, sei lá. Tanto faz. - Não é bem assim, se fosse você não estaria se importando e muito menos me contando. - É aquele tal negocio, a gente tem que aprender a se acostumar, como se nada tivesse acontecendo, mesmo se importando...
Eu precisava ficar ali, para desviar toda essa culpa idiota, por pura vaidade sua. Imaginava um vida toda feita de herois e de contos intermináveis, mas o tempo passou mais rápido sem que eu pudesse impedir. Ele vivia dizendo que eu era um erro, que talvez deveria ter nascido mais pra cá do que pra lá. Infelizmente, vim assim. E ele não estava totalmente satisfeito. Eu entendo, a gente sempre procura fugas e novos roteiros pra vida, mas eu não pedi pra vir. Estou porque estou. Não porque eu quis. Mesmo que eu fique parada, sem dizer uma só palavra, meu ser incomoda. Eu tento entender. Não dou motivos. Não sou motivos. Ninguém tem uma vírgula pra falar de mim, sei disso. Agora, eu não estou mais aqui. Passam por mim e o bom dia e boa noite rotineiro viraram uma obrigação ou nem isso. Sou estranha dentro de casa. Não entendo. Eu queria entender, mas acho que perdi muito tempo com essa besteira. Não, eu disse que era indiferente mas não é. Aprendi a deixar antes de ser deixada. Não ter sem ter tido. Acho que assim fica mais fácil, mais simples de levar os dias. Continuo levando como se nada tivesse acontecido. Minto, penso nisso 24 horas. Mas do que adianta tudo isso se eu não consigo falar o que deveria? Prefiro assim. Quem sabe amanhã, tudo muda e acaba como se lágrimas e dor nunca tivessem passado por aqui...
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