Eu precisava ficar ali, para desviar toda essa culpa idiota, por pura vaidade sua. Imaginava um vida toda feita de herois e de contos intermináveis, mas o tempo passou mais rápido sem que eu pudesse impedir. Ele vivia dizendo que eu era um erro, que talvez deveria ter nascido mais pra cá do que pra lá. Infelizmente, vim assim. E ele não estava totalmente satisfeito. Eu entendo, a gente sempre procura fugas e novos roteiros pra vida, mas eu não pedi pra vir. Estou porque estou. Não porque eu quis. Mesmo que eu fique parada, sem dizer uma só palavra, meu ser incomoda. Eu tento entender. Não dou motivos. Não sou motivos. Ninguém tem uma vírgula pra falar de mim, sei disso. Agora, eu não estou mais aqui. Passam por mim e o bom dia e boa noite rotineiro viraram uma obrigação ou nem isso. Sou estranha dentro de casa. Não entendo. Eu queria entender, mas acho que perdi muito tempo com essa besteira. Não, eu disse que era indiferente mas não é. Aprendi a deixar antes de ser deixada. Não ter sem ter tido. Acho que assim fica mais fácil, mais simples de levar os dias. Continuo levando como se nada tivesse acontecido. Minto, penso nisso 24 horas. Mas do que adianta tudo isso se eu não consigo falar o que deveria? Prefiro assim. Quem sabe amanhã, tudo muda e acaba como se lágrimas e dor nunca tivessem passado por aqui...
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