Eu prefiro ser meu próprio inferno

Não me contorço tão violentamente assim, porque de uma coisa eu tenho certeza: a frieza é a minha melhor (ou pior) amiga. Faz parte. Uns são quentes demais que transbordam tantas coisas que não passam de grandes e belas mentiras. Outros são tão frios que, mesmo tendo grandes e belas mentiras, não transbordam tanto quanto deveriam apenas para dizer que sentem. Sabe, eu sou assim mesmo. Talvez a segunda opção misturada com a primeira linha. Assumo essa, toda e qualquer culpa, mesmo ela sendo roubada de terceiros. Nada posso, nada conseguirei desse jeito. Mas eu não me lembro de ter escondido quem eu era. Dói saber que faço mal, proposital e gratuitamente, causando dores (óh) de amores incuráveis com golpes de faca nas costas. Mas isso faz parte, repito. É bom pra perceber o quanto é ilusório o gostar e o querer bem do outro (ou até de nós). Se faço tanta besteira e chuto o balde diariamente com os brotos e gurias da vida, porque continua a manter contato? Tudo bem, eu não preciso e nem quero essas respostas que consomem minha mente. De maneira alguma. Não quero essa artilharia pesada e barata pelo simples prazer de travar uma batalha. Eu só acho que.... não, eu não acho nada. Não vou esquecer o que me disseram nem voltar atrás. Pode levar toda a verdade que acredita, essa que próprio criou. Verdade esta que deixou escorrer pelos meus dedos, ouvidos e alma por uma culpa v-e-l-a-d-a. Esse peso de injustiça ou seja lá o que isso for não irá me fazer parar, nem cansar. Muito menos me fará questionar os meus próprios valores. Tenho plena consciência do que eu fui e do que eu sou. De quem eu serei, nem tanto, mas estou ai para viver e aprender com todo e qualquer erro. Até mesmo com acerto. Nessas horas a gente percebe quem realmente está com você e quem sabe quem realmente és. Esse gosto de impunidade maquinada não irá amargar meus dias. Sinto muito pela sua ida, mais do que qualquer outra vida que já me disse adeus. Não precisa acreditar, eu só sinto. Sinto muito mesmo. Mas eu sei reconhecer a hora de "atender" um pedido e fechar as portas. Não guardo mágoa nem rancor. É só uma dorzinha que insistirá em doer quando eu menos esperar e é uma saudade que eu sei que não acabará.

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