E pensar que a gente sofre por algo que já passou. A gente chora por algo que já viveu e sente falta. Eu deveria era ficar feliz ao saber que ao menos vivi o tempo que sinto falta. Ou de que estive com quem queria estar de novo. Tem tantas pessoas que passam sem deixar rastros, sem viver grandes amores ou adquirido emoções que mesmo assim agradecem a vida que tiveram. Eu só prezo pra que, quando eu chegar no fim desta, eu saiba olhar para trás e não sentir falta do que eu não fiz. Espero mesmo é poder fechar os olhos e ter a certeza de que vivenciei momentos únicos.
(des)Coberto de prazer
As vezes os meus dias são completados com sonhos e manias de você. Vou me perdendo na direção contrária que suas mãos seguem quando passam em meus cabelos. Esqueço da traição das horas e sinto teu hálito no meu pescoço, despertando em poucos segundos, a fera adormecida dentro de mim. Invento mil e uma sensações para o teu prazer só pelo fato de teres o teu toque pra me aquecer. Passo adiante, enrolada no suor do teu peito prendendo a respiração, enquanto arranho tuas costas para liberá-la enfim. Sinto seu cheiro exalando sua satisfação, enquanto giro os meus olhos com a mais brusca timidez. Um frio desce pela espinha ao afastar minhas pernas com as suas, me fazendo crer num estado de loucura e de união absurda. Perco a concentração enquanto pronuncia as letras do meu nome lentamente, ao ficar disposta pra te virar pro outro lado e acalmar meu dia sobre teu colo. Os movimentos contrários aos teus me fazem dançar a sua música predileta, brindando sua formalidade; homem de honras e vontades. Enquanto aprecio teu sarcasmo, alimento meu desejo despindo-me de toda e qualquer dúvida. Paro rapidamente de pensar, enquanto analiso tua pele ao lado da minha, fazendo-me calar a boca com os lábios secos de cansaço. Acabo em cima do teu encanto, enquanto toca meus ombros (des)cobertos de prazer. Voltando lentamente a respiração de antes, quero tudo novo, de novo. Cai. O telefone começa a tocar. Por enquanto, e não mais que isso, volto a trabalhar.
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Dia Seguinte
Eu juro que queria tentar, que queria ser alguém perto de você. Mas não consigo, é algo mais forte do que eu. Nunca dei as caras depois de uma noite qualquer, sempre me privei o máximo possível ao "dia seguinte". Sempre funcionou. Essa coisa louca que todo mundo espera de alguém depois de um simples caso, nunca foi relevante nas minhas preocupações. Eu ficava mesmo era preocupada com a minha mente, com o que pensaria de mim mesma após sonhos e fantasias depositados em alguém. Acho que foi por isso que me afastei tanto de quem eu queria por perto. Minha amiga dias atrás, por exemplo, disse que não via graça em quem perdesse tempo vendo um show de alguma banda que gosta. Falou: "Ah Ana, coloca a foto no computador, baixa o cd ao vivo e voilá! Bem melhor." Foi a partir dai que eu percebi que tenho coisas muito mais importantes pra fazer e sentir. Esse tipo de coisa faz parte da vida. E eu acho muito válido coisas assim memoráveis do que um simples "eu te ligo amanhã, pode ter certeza". Que foco eu teria na vida se eu não acreditasse que um dia verei Eddie Vedder cantando pra mim, e eu levantando as mãos pra sentir a intensidade da sua voz? Ou a graça do Amarante dedilhando aquela guitarra como se não houvesse amanhã? É disso que eu falo. É disso que sinto falta. Dessa intensidade. Não de cobranças ou promessas. Mas não adianta. Cansei de falar não para mim mesma. De fechar as portas quando tudo tende a dar certo. Eu cansei de sempre ter quem magoar com uma palavra e nunca quem amar com um gesto. Cansei de me cobrarem atenção e eu disfarçar com um "talvez, quem sabe". Eu não quero nada agora. Eu não quero negar mais alguém. Eu preciso aprender a dizer sim.
(eu só não sei como)
(eu só não sei como)
(eu sei mais tenho medo de errar)
(eu só não sei como)
(eu só não sei como)
(eu sei mais tenho medo de errar)
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Pra dizer adeus
Eu acho que é tarde demais para me despedir. Mais cedo ainda pra dizer que acabou. Se eu pudesse, se eu realmente tivesse a chance de me despedir de algo ou alguém, esse algo e esse talvez-alguém seria você. Se vivessemos em outro tempo, seria você também. Se tivessemos mais tempo, seria com você. Em qualquer circunstância, ora de adeus, ora de boas vindas, você. Eu me despediria dessa saudade que me remete a você. De quando me pego levantado um dos pés por causa da vergonha e lembrar dos teus risos por causa disso. Deixaria para trás todas as coisas que guardo de você, até mesmo do ursinho de pelúcia que eu lotei de pedra pra ser peso de porta. Diria adeus para as palavras que me disse com carinho. Para as outras que os olhos salgaram seus lábios de tristeza. Diria adeus ao nosso primeiro e ultimo beijo com toda a vontade e ternura que contiam. Diria adeus as tuas mãos ainda frias, segurando meu peito coberto de culpa. A todos os sábados que te esperava para almoçar e que sempre me deixava louca quando dizia que não iria comer. Adeus as sensações que me fez sentir e a felicidade que dei para você. Diria adeus ao calendário na parede da cozinha que insistia em cair quando procuravamos um ao outro, escondido e silenciosamente. Diria adeus aos teus abraços que valiam mais do que beijos e aos beijos que valiam mais do que palavras. Diria adeus aos degrais da escada que nos faziam sorrir toda vez que olhavamos pro céu. Mas na verdade, nada mais que eu isso, eu diria adeus para mim. Adeus por ter escolhido o lado contrário, sem te querer comigo. Adeus a minha frieza e a forma que não te quis como realmente queria. Adeus as coisas que não falei e fiz, por achar que faltava tempo mas que não deixava por receio. Adeus a falta que você me faz. Adeus para meu adeus. Eu só queria, nesse último momento dizer que... (o adeus foi mais rápido que a minha emoção).
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Talvez, nada mais que isso
Esse mês nada deu certo para mim. Na verdade, não vou dramatizar. Só fui me tocar que não era mais Maio agora, agora mesmo, as 14:27 de hoje. Maio foi doído (de dor) demais pro meu gosto. Deitei todas as noites pensando não só na minha conta negativa no banco, mas desejando mudar todo o rumo da minha vida. Fiz e refiz minhas vontades perto de você, nada muito manjado ou com expectativas demais. Seria mentira da minha parte se nessas noites eu não esperasse que teus dedos ainda umidos percorressem os meus ombros em busca de um gemido baixo. Ou de seus lábios beijando minhas coxas em busca dos meus dentes mordendo a carne da minha boca. Seria fácil não querer me deitar sentindo seu halito gelar a minha nuca e estremecendo todo e qualquer pesadelo que custa passar. Eu sei que todos me pedem cuidado, para não querer demais nem esperar demais. Só fui entender meu erro quando voltava ontem pra casa, sem a sua companhia como de costume, depois de se despedir de mim sem pressa nenhuma. Isso não é normal. E eu lembrei da frase de que quando abraçamos quem amamos, estamos abraçando o mundo inteiro. Cai por terra por saber que isso não se repetiria mais. Não será pra sempre esse abraço. Você sempre estará se despedindo de mim, sem tempo para "boas vindas". É cedo demais para desistir e tarde demais para voltar atrás. Num instante qualquer, parece me olhar com vontade de dizer algo. No outro, já está sentado olhando para o chão como se eu não estivesse ali. É audácia demais da minha parte te querer além disso. Então eu fico assim, começando o mês que irá tirar você de mim: sem dizer nada. Como se nada tivesse acontecido. Eu me perdi e só esperava te encontrar amanhã da mesma forma, no mesmo lugar. Com a mesma graça da primeira vez que te vi. Vou fazer qualquer coisa que me impessa de sentir essa coisa absurda-sem-nome-ou-talvez-amor que eu sinto por você. Você continuará sendo quem eu quero ter, mas eu preciso mudar meu foco. Talvez você esteja certo por não querer ninguém. Talvez você esteja certo quando diz que o amor só serve para encher a boca e o que realmente importa é ter os meus olhos nos teus e ver que a gente realmente se entende porque somos de dias e ideias iguais. Talvez, e não mais que isso, o meu amor só seja pela sua graça de te ver sorrindo todos os dias pra mim.
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