É como se eu não precisasse me distrair com outra coisa, a não ser com essa imensidão que você me envolve e me faz esquecer de tanta coisa. Já me acostumei com esses teus olhos me olhando, com teus dedos contando minhas marcas de nascença e teu peito aberto recebendo o meu. É aquela sensação de que o mundo todo pode parar de rodar que eu fico ali, com você, sem mais nem por quê. É como se nada mais existisse, é como se eu precisasse só de você e do teu jeito envolvente. Eu não sei de mais nada, eu só sei que por mim, nada mais precisaria existir, a não ser você;
Normal
Sabe quando lhe faltam palavras? Então, estou praticamente assim. Mas me falta coragem. Falta paciência. Falta reciprocidade.
Tenho vivido, mais uma vez, aquela "vida só pra mim" que eu sempre falo. Porém, está sendo um tanto quanto diferente. Eu não quero viver assim, dessa vez. As coisas estão fluindo para esse abismo e eu não tenho forças pra recuar. Sinto-me pulando nesse abismo, sem uma corda pra me segurar. Eu também não penso em voar, que coisa mais sem sentido. Eu só me vejo pulando e dando de cara no chão, como se tudo o que fiz até hoje, acabasse em frações de segundos. Espera aí, isso é a morte, não? É aquilo que eu tenho tanto medo e que as pessoas falam que "é normal da idade". Porra, não é normal parar de comer, de falar, de pensar, de acordar no meio da noite pra correr pela casa até o pensamento fugir. Não é normal ter tanto medo assim de algo que dizem fazer parte do ciclo natural das coisas. E por que eu tenho tanto medo? É de pensar que um dia eu não vou pensar mais ou de que um dia eu vou perder exatamente tudo e todos que tenho? É de saber que um dia tudo o que eu vivi serão apenas lembranças ou de que fiz tanta coisa, cresci, mudei e reinventei tanto pra chegar no fim e só ter o fim? Isso, definitivamente, não é normal. "Eu tenho medo que o medo passe despercebido". É isso. Ninguém entende. Ai, todo mundo fica me perguntando "você tá brava com o quê?" ou "você fala apenas palavras monossílabas, não me dá conselhos, não me dá pareceres... cadê você?" e eu me pergunto se um dia vou ter coerência o suficiente pra responder a todos esses que não se importam em me perguntar se estou normal ou se estou com algum problema. Mas não, vocês só sabem falar na minha orelha, contam sua vida e foda-se o resto. Estou realmente sem vontade e sem paciência pra nada. E o que eu tenho visto é o gosto de pular nesse abismo de sentimentos, de emoções e medos e não ter tido coragem de mudar. Tudo bem, não é esse meu receio. Meu receio é nunca entender porque pra todo mundo, o medo é medo e pra mim é apenas "normal".
Tenho vivido, mais uma vez, aquela "vida só pra mim" que eu sempre falo. Porém, está sendo um tanto quanto diferente. Eu não quero viver assim, dessa vez. As coisas estão fluindo para esse abismo e eu não tenho forças pra recuar. Sinto-me pulando nesse abismo, sem uma corda pra me segurar. Eu também não penso em voar, que coisa mais sem sentido. Eu só me vejo pulando e dando de cara no chão, como se tudo o que fiz até hoje, acabasse em frações de segundos. Espera aí, isso é a morte, não? É aquilo que eu tenho tanto medo e que as pessoas falam que "é normal da idade". Porra, não é normal parar de comer, de falar, de pensar, de acordar no meio da noite pra correr pela casa até o pensamento fugir. Não é normal ter tanto medo assim de algo que dizem fazer parte do ciclo natural das coisas. E por que eu tenho tanto medo? É de pensar que um dia eu não vou pensar mais ou de que um dia eu vou perder exatamente tudo e todos que tenho? É de saber que um dia tudo o que eu vivi serão apenas lembranças ou de que fiz tanta coisa, cresci, mudei e reinventei tanto pra chegar no fim e só ter o fim? Isso, definitivamente, não é normal. "Eu tenho medo que o medo passe despercebido". É isso. Ninguém entende. Ai, todo mundo fica me perguntando "você tá brava com o quê?" ou "você fala apenas palavras monossílabas, não me dá conselhos, não me dá pareceres... cadê você?" e eu me pergunto se um dia vou ter coerência o suficiente pra responder a todos esses que não se importam em me perguntar se estou normal ou se estou com algum problema. Mas não, vocês só sabem falar na minha orelha, contam sua vida e foda-se o resto. Estou realmente sem vontade e sem paciência pra nada. E o que eu tenho visto é o gosto de pular nesse abismo de sentimentos, de emoções e medos e não ter tido coragem de mudar. Tudo bem, não é esse meu receio. Meu receio é nunca entender porque pra todo mundo, o medo é medo e pra mim é apenas "normal".
CONVERSATION
Foco
Acho que não falei de você a ninguém. Talvez seja meu modo de não querer criar expectativas de algo que eu não tenho certeza. Todo mundo vive me pedindo compaixão, que eu me jogue de cabeça e que eu me deixe levar pelo sentimento. Mas que tolice. Eu já protagonizei uma história de amor. Que, diga-se de passagem, foi bem intensa. Eu não quero viver outra. Eu não quero me arrepender de novo, chorar, cobrar afeto e palavras. Eu desaprendi a fazer isso. De qualquer forma, eu sempre imaginei que se eu não me apaixonasse perdida e loucamente por alguém, eu teria como tê-lo sempre que me desse vontade. Errei. E errei feio. Eu sinto vontade, mas não realizo. Espero pela vontade alheia. Tenho plena consciência de que isso é errado. Mas eu vou fazer o quê se tudo o que eu quero não é nada do que faço? Só tenho visto meu erro, agora, agorinha mesmo. Eu te engolindo com todo prazer e você se deliciando com minhas queixas. Acho que no fundo eu sou assim porque eu sei que tudo só pode ser vivido uma vez. Na verdade, bem mais que uma vez. Mas quem me garante que depois que eu me vestir, eu vou voltar a ver teus olhos? Quem me garante que você será o mesmo a me enlouquecer na semana que vem? É um pensamento, talvez frio e calculista, mas eu não tenho forças pra ser diferente. É cômodo demais pra mim, sabe? Acho que pensam que eu sou cínica e egoísta, mas no fundo eu sei que eu tenho coração apaixonado que... tanto faz. Não quero explicar o que eu sinto, assim dessa forma. E tendo você aqui, do meu lado, é como se eu pudesse ter o mundo inteiro completando minhas vontades e queixas. É como se você transformasse todas as minhas expectativas em certezas. Eu sei que você me olha apaixonado, como se todas as vezes fossem apenas a primeira. Parece que toda vez que te abraço com medo, você me cura me dando apenas o calor dos teus braços. Mas no fim, por mais embalada no teu suor que eu esteja, eu perco o chão. E mais do que perder o chão: eu perco o foco.
CONVERSATION
Metas
Estava olhando para o mural de recados, fotos e contas bem presos
na parede da sala
quando li, bem no cantinho,
"Fazer o 'x' se apaixonar por mim".
E depois de mais de 20 anos eu fui entender
que tudo não passou de
promessas
e mentiras
feitas por um amor não vivido.
na parede da sala
quando li, bem no cantinho,
"Fazer o 'x' se apaixonar por mim".
E depois de mais de 20 anos eu fui entender
que tudo não passou de
promessas
e mentiras
feitas por um amor não vivido.
CONVERSATION
Cada
Cada soluço que eu dava,
seus olhos pareciam mais fortes
e teu riso a cada palavra que falava
era a coisa mais linda que eu podia ver.
Cada pedaço seu que me tocou
era como se as arvores da janela do teu quarto
soltassem o vento que prendiam.
O arrepio forte que seus dedos me davam
a cada toque teu
me deixava louca,
mesmo a cada desculpa que lhe pedia.
Cada beijo que me pedia
eu lhe dava com mais prazer
do que eu recebia.
Cada olhar que me dava
era como se o mundo todo parasse de rodar,
mas por imaturidade e falta de crença no nosso próximo "estado",
eu deixei que cada cheiro,
cada toque,
cada beijo,
cada sensação
ficasse apenas ali,
para que, se um dia acontecer de novo,
eu tenha cada pedaço de volta.
seus olhos pareciam mais fortes
e teu riso a cada palavra que falava
era a coisa mais linda que eu podia ver.
Cada pedaço seu que me tocou
era como se as arvores da janela do teu quarto
soltassem o vento que prendiam.
O arrepio forte que seus dedos me davam
a cada toque teu
me deixava louca,
mesmo a cada desculpa que lhe pedia.
Cada beijo que me pedia
eu lhe dava com mais prazer
do que eu recebia.
Cada olhar que me dava
era como se o mundo todo parasse de rodar,
mas por imaturidade e falta de crença no nosso próximo "estado",
eu deixei que cada cheiro,
cada toque,
cada beijo,
cada sensação
ficasse apenas ali,
para que, se um dia acontecer de novo,
eu tenha cada pedaço de volta.
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Surpresa
Queria entender essa nossa aproximação, depois de olhares cruzados com a minha intenção de querer outro alguém. A primeira surpresa que me fez ao surgir na minha frente apenas pra dizer "oi" e ficar sorrindo olhando sem dizer nada com nada, e minha cabeça rodar pelo alcool que eu havia tomado, me deixou desnorteada. Do teu jeito que não me conquistaria tão facilmente, mas que não parou um minuto pra me explicar o que estava acontecendo. Do jeito que me fez sorrir sem conseguir me conter, ao se despedir de mim tocando os lábios como quem toca a melhor melodia. Do jeito desligado para quando tentava segurar suas mãos e você rindo dizendo "isso é novo pra mim". Na verdade, eu não consigo esquecer do que não é novo pra mim, mas só consigo pensar no que seria de mim depois de uma ida de um bar até o metrô mais próximo. Talvez fosse só mais um dia qualquer, mas a direção que teus passos tomaram depois da sua despedida me pegou desprevenida. Eu não esperava tanto, enquanto contornava meu ombros com o hálito com gosto de desejo e selava toda vontade repreendida. Notava meus traços com o olhar critico, mas que sabia realmente como me agradar. Fez samba no meu corpo, cuidando para que cada nota, fosse tocada com carinho e atenção. Do jeito que as coisas fluíram, eu não consegui imaginar nada, além do estado de loucura que tua vontade me deixava disposta, até a hora que eu soltei: "você é apaixonante". Você não viu, me virou de lado e forçou meu riso com a mais brusca palidez, enquanto eu olhava espantada pensando em te dizer pra não mudar, que não era pra se preocupar que eu não ia cair em amores. Eu não queria nada novo, nada além do que me deu. Mas, agora, você me manda uma mensagem de "Feliz Ano Novo" e eu me pergunto se respondo "Obrigada" ou se te pergunto "Continua como antes?". Surpresa: eu não sei de mais nada!
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Grande mentirosa, mais besta que a besta e dona de um coração “viciado em amar errado”.
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