por sempre, não poderíamos
ter que te deixar foi a coisa mais dolorosa que eu já passei depois que vi minha querida Lu ir embora. é engraçado como as coisas que mais doem são aquelas que somos obrigados a deixar ir sem a nossa aprovação. eu falo isso não como um clichê bobo, como disse um cara que conheci há um tempo atrás. mas eu falo isso lembrando de todas as surras que tomei. de todas os tropeços que tive que me reerguer sozinha. eu falo isso lembrando que você sempre esteve aqui quando me faltava o mundo, mas quando eu te deixei ir, eu perdi a minha única referência sobre o porque existir.
te deixar ir foi além. muito além disso tudo.
e eu te falo isso não por peso no coração, mas por lembrar que eu não tive coragem de me despedir. eu não tive coragem de dizer adeus, mas eu disse porque só assim nossa história se encerraria. eu terminaria o livro, acabaria o filme. e acabou.
porque eu não podia mais ficar. porque não era só a mim que as consequências atingiriam. à você também.
eu tive que pegar aqueles dez anos e jogar fora, porque nós dois não éramos mais uma possibilidade. eu tive que pegar nossas histórias, apelidos e momentos juntos e esquecer pra poder ir embora.
e apesar de toda dor
te deixar ir foi além. muito além disso tudo.
foi a possibilidade de me reencontrar e me permitir voltar a ser a menina capaz de sobrevoar o próprio abismo
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