Eu tenho ensaiado palavras pra vir até aqui, tentando pensar em uma maneira de não ser repetitiva demais ou seca de menos. Sabe do que eu cansei? De agradar e não ter nada em troca. De dar e não receber. Eu nunca me importei com isso, pra falar a verdade. Sempre tive um pensamento de que "Ah, tudo bem, eu não ligo". Pra quem eu quero esconder isso? Ninguém precisa saber que eu não me importo, que eu não estou aí para o que vão achar de mim no dia seguinte: no final das contas, todo mundo some. A maior errada nisso tudo, com certeza sou eu, afinal, quem disse que não se importava com esse tipo de coisa no início?
Acho que eu sempre me guiei com o pensamento de que tudo seria mais fácil, se não fosse doloroso. Eu encenei durante anos a minha própria trágedia-romance-comédia - se é que eu posso definir minha vida assim. Só que eu cheguei num ponto em que eu preciso deixar de ser a figurante disso tudo. Sempre fico ali, na parte de trás, só observando ou passando bem devagarinho atrás da cena principal, enquanto as pessoas só me procuravam quando a protagonista estava fora do ar. Por que eu me propus a passar por esse papel durante tanto tempo? Eu realmente gostava dessa sensação de nunca ganhar um espaço maior no horário nobre? Isso tudo não faz sentido pra mim, pelo menos agora. Sinto-me carregando meus pertences nas costas e um fardo não-engomado nas mãos. É como se tudo o que eu não fazia questão de sentir, faltasse. E agora? Agora, eu preciso ser atriz do meu próprio roteiro. Só espero não me decepcionar dessa vez (mais uma vez).
Quem sou eu
Grande mentirosa, mais besta que a besta e dona de um coração “viciado em amar errado”.
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