O abraço das pernas dele era o abraço que teus braços nunca sentiriam, isso já era de se prever. Entender o motivo de ter passado tantas noites tentando se concentrar em meu sono é como tentar aceitar o teu dar de ombros. Me perdia e me refazia para deitar ao seu lado. Desviei tantos caminhos para acreditar na sua arrogancia, que esqueci de todas as coisas que acabaram adormecidas em mim. Eu deveria suspeitar. Enquanto se apega a outra coisa qualquer, eu releio todas as minhas palavras que escrevi sobre/para você e me pergunto: onde eu estava com a cabeça, de te deixar entrar e acabar com todas as façanhas do não-real e me fazer despir todas as minhas vontades? Não era pra ser assim, eu não ter raiva nenhuma, não sentir nada. Nada. Nada além de lembraças de tuas honras tão rentes aos meus pecados. Era pra ser aqui, aí com você, toda bobagem qualquer. Toda palavra surrada e safada. É. Mas não foi. Contento-me.

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