e o carinho dos teus dedos me fez sorrir o resto da noite, perdida nesse embalo envolvente dos teus ombros, que me fizeram deixar o álcool de lado pra me prender a esse instante louco de alegria.
O abraço das pernas dele era o abraço que teus braços nunca sentiriam, isso já era de se prever. Entender o motivo de ter passado tantas noites tentando se concentrar em meu sono é como tentar aceitar o teu dar de ombros. Me perdia e me refazia para deitar ao seu lado. Desviei tantos caminhos para acreditar na sua arrogancia, que esqueci de todas as coisas que acabaram adormecidas em mim. Eu deveria suspeitar. Enquanto se apega a outra coisa qualquer, eu releio todas as minhas palavras que escrevi sobre/para você e me pergunto: onde eu estava com a cabeça, de te deixar entrar e acabar com todas as façanhas do não-real e me fazer despir todas as minhas vontades? Não era pra ser assim, eu não ter raiva nenhuma, não sentir nada. Nada. Nada além de lembraças de tuas honras tão rentes aos meus pecados. Era pra ser aqui, aí com você, toda bobagem qualquer. Toda palavra surrada e safada. É. Mas não foi. Contento-me.
CONVERSATION
você
É incrível como não consigo esquecer do momento que te vi pela primeira vez. Eu olhava você de longe, não conseguia me aproximar. Via você se mexer de um lado para o outro e eu liguei pra trezentas mil pessoas dizendo: Eu to vendo ele. É realmente ele ali, do outro lado. Parece bobagem, mas nunca foi. Pelo menos, eu sempre achei que não. Não imaginaria que seria dessa forma, meu corpo tremia demais, faltava saliva para falar e as mãos começaram a ficar mais frias ainda. "olá". E lá estavam meus ombros despedaçados ao encontrar a tua vida diante da minha. Não conseguia olhar para outra direção, era como se você jogasse um feitiço sobre mim, e eu só pudesse me concentrar em você. Enquanto pulava de uma calçada a outra, nunca vou me esquecer disso, desse passo tão simples, mas que tanto me prendeu a atenção e ficou por dias e dias na minha cabeça. Eu realmente estava diante de alguém que mudaria tanta coisa na minha vida, mas eu não sabia ao certo o que fazer. Eu não precisava me expor. Eu não queria persistir em erros. Não com você, não nessa situação (como em nenhuma outra). Tanta coisa aconteceu depois disso, eu falava com você sempre lembrando de tudo o que dissera há uma semana, mês atrás. Eu não consigo explicar essa coisa, esse seu dom de me conduzir lentamente no seu ritmo sem nem perceber. De encantar sem querer esse brilho todo para consigo. Cada coisa nova que acontecia em sua vida, era uma vitória para mim por dentro, por sempre ter desejado o seu bem como nunca desejei para mais ninguém. Sempre senti a vontade de te fazer feliz, de te ver conseguir as coisas sem precisar de ninguém ou até mesmo, de realmente encontrar alguém que o fizesse ser como deverias. A cada nova mulher na sua vida, meu mundo inteiro parava de rodar, eu não sabia se cruzava os braços ou se contava pra você toda essa dorzinha que nunca entendi... Eu tive várias recaídas, me reencontrando com o meu passado e com todas as coisas que me fizeram ser também, mas eu só fui parar de fazer isso quando eu me dei conta de que você estava presente mais em mim do que qualquer outra coisa que me remetesse ao ontem. Não é tempo suficiente que te conheço, pra me drogar tanto assim da tua própria existência. É estranho. Te encontrar, sempre tão você e tão distante. Ai como me culpo por estar tão longe. Mas não é por vontade própria. Te quero não mais que de repente. Não mais que agora. Por tanta coisa que nem eu sei dizer. Me faz revirar toda vez que olha pro nada ou que fica sem entender o que digo. Não sei se é querer. Esquece, claro que é. Mas tudo bem, nada de esperar demais nem querer demais. Eu sei muito bem que prezo muito mais pela sua felicidade do que pela minha. Não importa o quanto tempo passe ou o quanto tempo leve. Não importa em quantas estações terei que passar pra me perder e me reencontrar ao te ver. Você vai ser pra ser assim, assim tão único. De maneira a não me deixar pensar em outra coisa a não ser você;
CONVERSATION
E como.
* E por que eu ainda gosto dele ?
- Porque ele te fazia bem, você se sentia bem com ele.
* É, e será q vai demora muito pra eu achar outra pessoa, que vai fazer eu me sentir assim?
- Eu queria saber te responder. Queria falar que vai achar, mas eu falei isso pra mim mesmo e só me ferrei.
* Pois é amiga, será que é tão dificil querer alguém? =/
- Acho mais difícil encontrar e ter alguém que vai estar realmente disposto a te querer.
* Pelo visto é mais difícil do que eu imaginava.
- Se é amor, se é...
- Porque ele te fazia bem, você se sentia bem com ele.
* É, e será q vai demora muito pra eu achar outra pessoa, que vai fazer eu me sentir assim?
- Eu queria saber te responder. Queria falar que vai achar, mas eu falei isso pra mim mesmo e só me ferrei.
* Pois é amiga, será que é tão dificil querer alguém? =/
- Acho mais difícil encontrar e ter alguém que vai estar realmente disposto a te querer.
* Pelo visto é mais difícil do que eu imaginava.
- Se é amor, se é...
CONVERSATION
Deixa ser
Cansa de tanto eu teimar comigo mesmo, dizendo "não espere mais do que possam te oferecer, ana". Mas na verdade, eu não consigo fazer jus as minhas próprias palavras. Não consigo entender o que eu falo. Seja clara, Ana Clara. Isso realmente não é pra mim. Eu volto pra casa, fazendo minhas dancinhas enquanto ouço uma música qualquer e esqueço de todo mundo que me reprime com o olhar. É essa questão, todo mundo me reprimir. Deixa eu fazer o que eu quero fazer, cantar, falar, chorar, ser a boba feliz de sempre, de achar graça em qualquer coisa, até mesmo em frutas na prateleira de um supermercado. Sinto falta dessa coisa. De detalhes, sabe? De ser puxada pela mão e andar por aí rindo de tudo, de não sentirem vergonha de duas ou três espinhas no meu rosto, de me deixar andar de cabelo preso, de não se importar por eu não usar brincos. Essas coisinhas miúdas. De não pensar na maldade de ninguém, de ouvir Los Hermanos e não ser criticada. De não pagar de cult, não saber nome de diretores de cinema nem albuns de bandas que ninguém gosta. De ser assim mesmo, com timidez alternativa: quieta, mas quando se solta, solta pra ser feliz. Pra fazer alguém feliz. Não são detalhes tão pequenos assim. Penso melhor, quero algo que nem eu sei o que é. De deitar no colo de alguém e ouvir as risadas baixinhas misturadas com "você não existe". De fazer cócegas só pra ver os dentes do outro. Preciso chorar por um motivo bobo e sentir um par de olhos a me olhar só pra dizer: eu estou aqui. De me deixar olhar sem parar, amar sem medir tamanho, de querer fazer bem a alguém. De ser alguém. Não preciso ser o amor de ninguém. Eu só preciso de alguém que me deixe ser eu. Que tire fotos mostrando a língua ou entortando o nariz. De não me condenar por uma palavra qualquer. Que me deixe. Que seja eu, junto comigo, me deixando ser junto com ele, sendo ele. De andar na ponta do pé na sarjeta. De me deixar sentar no chão. De me deixar sonhar. De tanta coisa. Eu quero tudo isso de volta. Não quero ser entendida, só quero uma companhia que não se importe de me deixar ser assim sempre. Assim, tão Ana Clara de ser.
CONVERSATION
Valeu
Três palavras finalizadas com reticências que me fizeram deixar tudo para trás. Tudo isso, essa vontade de ir além e esse jeito de nunca ter sentido nada. Ainda bem que eu sempre fui grossa. Seca, como você mesmo disse. Escorreu pelos olhos a única vontade de continuar do teu lado. Apenas por carinho. Nunca passou disso. Era só vontade.
CONVERSATION
Se eu peco é na vontade
Não quero prolongar esses pensamentos, essas dúvidas, essa coisa que não é amor nem paixão, não me fere, não me cura. Transborda todo impotente, sorrindo desarmado, acabando com todas minhas chatices e inconstâncias. Sumido, desavisado mas que quebrou minhas pernas. Me deu vontade de crescer antes da hora. Suavizou todo o meu pecado, me fez dançar, soltar as mãos e os dedos dos pés. E consegue tudo de mim, não entendo, mas consegue. Consegue até o que eu não imagino: todas as minhas chances, cores e ritmos. Ele não cura minha angústia existencial, meu prazer por poucos detalhes nem minha carência por abraços mas mesmo assim, toda vez que me toca a nuca visando o meu rosto, me enche de vontade de ser mulher.
CONVERSATION
Nada
E toda essa culpa, barata e suja, esses destinos desviados, todo pudor e desacatos se perdem cada vez mais. E mais e mais. Me culpo mas não é problema meu. Ou será que fiz o certo virar problema? Eu só quero que isso passe logo, esses últimos suspiros que me prendem a qualquer lembrança do seu rosto, do seu jeito estúpido e doce, de me conquistar a cada palavra sem esboço nenhum, de me preocupar com cada coisa para te falar, de escrever bonito pra te fazer rodar perto de mim, de esquecer de cada gota de álcool que eu trouxe pra dentro de mim, de me fazer crer nesse estado inimaginável de loucura e paixão. De tanta coisa, meu Deus. Escrevo e reescrevo, tentando esconder a verdade de todo mundo, mas eu não posso esconder de mim mesmo. Eu não posso me deixar levar pelos outros. Sabe como é? Essa culpa sem vergonha que não me deixa pensar em mais nada. Não pergunte, eu não sei que culpa é essa. Talvez não seja ela mesmo. Realmente não é problema meu, chega dessa história de me revirar, falar e falar e não dizer coisa com coisa. Escuto esses sons, vejo toda essas mascaras forjadas de enfeites. Há cores mas o que falta é vontade de colorir. Pra que tudo isso se eu posso abstrair todo esse medo por culpa, por pesadelo e por peso? Meus dedos percorrem a cama arrumada, inalando todo o seu cheiro guardado bem debaixo do meu nariz. Prendo o que aspiro, não os meus erros, mas as lágrimas que insistem em voltar para os olhos. Eu não consigo conter, não é culpa que eu sinto. Não há o que jogar fora. Não há nada para se lustrar. O que eu sinto é nada. Eu realmente não sinto nada.
CONVERSATION
Livre errante arbítrio
Não faça com que meus olhos se desviem dos seus. Você já me tirou os abraços. Rente a sua pele, a esse teu cheiro forte que não me faz pegar no sono. Eu não posso renunciar a mim e a ninguém. Em nenhum delírio sequer. Não me deixa dizer "oi". Eu não vou conseguir te deixar pra trás, depois. Não. Você já não vem comigo. Mas não, não implique com essa minha vontade de continuar a te olhar imensa(profunda)mente.
CONVERSATION
Bom
E você acha mesmo que eu tenho que aparecer no dia seguinte?
- Bom, eu não acho nada. Eu só acho bom você continuar aí. Acho bom eu viver minha vida, sem pressa. Sem deixar de ser. Lembrar mas não querer mais do que isso, entende?
Mas se foi bom e se acha bom, eu posso desaparecer por um mês e ficar tudo na mesma.
- Por que será bom?
É.
- E quem garante que sempre será bom?
- Bom, eu não acho nada. Eu só acho bom você continuar aí. Acho bom eu viver minha vida, sem pressa. Sem deixar de ser. Lembrar mas não querer mais do que isso, entende?
Mas se foi bom e se acha bom, eu posso desaparecer por um mês e ficar tudo na mesma.
- Por que será bom?
É.
- E quem garante que sempre será bom?
CONVERSATION
Bobagem qualquer
Como se eu pudesse conter os olhos diante dos teus, disfarço mas não é de bom grado. Mesmo depois daquela foto de mulher em seu computador era como se o mundo desabasse e voltasse a rodar enquanto tirava os sapatos. Às vezes, penso na minha impulsividade de estar no teu corpo mas o que seria impulso nessas horas? Tanto faz, eu realmente precisava começar o ano bem. Não tão bem assim, mas esse teu jeito de conquistador barato e de forma peculiar de ser, de sempre achar defeito na minha cara ou na forma que renego uma palavra, não me deixou outra escolha. Eu tenho de ser assim. Você queria o quê? Alguém alimentando o seu ego ou jogada aos seus pés? Eu sei, perco minha concentração enquanto prendo as pernas nas suas. Não é só mais um arranhão em tuas costas, mas a vontade de fazer pouco caso com teu suor e estremecer todo resto da minha pobre ingenuidade. Me perco nesse teu beijo no seio descoberto de toda pureza escondida e tão pouco estendida. Mas calma, não é só de prazer que levanta meu bom estado. Sinto uma disposição tremenda ao ficar a tua frente, quando finalmente acerta meu gosto. Nesse auge de satisfação, me afasta de você e deixa a desejar. Me queima com a saliva, fervendo toda a minha peversão. Tento virar de lado, pra não transparecer meu riso, mas é quase impossível: os olhos tornam a giram em compasso avançando num desperdício de calor. Deito no teu peito involuntariamente, sem me fazer perceber que eu realmente queria aquilo, mas meu corpo sempre me puxava pro outro lado. Me deixo levar ainda mais nessa culpa e pecado que vaga em minha mente enquanto fala uma palavra qualquer que eu não consigo prestar atenção. Juro que queria me concentrar nessa dança que perfeitamente me guia, mas eu quero ficar quietinha, com você dentro de mim, suspirando a minha estupidez de achar que queres ficar ali. Mas que bobagem, simplesmente estava ali. Entregue a tua e a minha satisfação, sem me tocar, dissipando sem pressa o meu querer.
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