Outros tempos, logo ontem.

As lágrimas escorrem pelo teu rosto e sem perceber, estou a te olhar.
Vejo tua dor, tua carência e ausência de palavras. Tudo bem, eu compreendo. Já sofri por isso também (pelo mesmo motivo e com a mesma pessoa). Não há nada que confortem suas dúvidas, teus desejos de mudanças, sua necessidade de fugir, o desespero de não ter o que fazer e a culpa por ter falhado. Esses últimos meses eu aprendi que nada irá mudar. Tão estranho, tão distante que desconheço o 'dom da vida' que ele me presenteou. Mas não crescer sã e salva, isso não. Só me fez, sabe. Agora, ele espera minha gratidão. Pois espere, então, eu sei que ela não virá. Não tive grandes retornos, não do jeito tradicional (amor, carinho, educação e tudo mais). Eu não precisava disso. Eu não preciso disso. Precisava de espelho, de figura. Não de herói. Vou embora todas as manhãs com a única frase que escuto o dia todo 'tchau, vai com Deus'. Se tem vontade ou boa sorte a desejar, não sei. Pra mim, falar por falar. Obrigação, tanto faz. Tive que aprender por conta própria que não devo dar vazão ao sentimento. Se não quer, não vale a pena discutir. Palavras entram e vão embora e o que fica é a dor. E no final, de nada adiantou.
Trago meu olhar de volta pra você. Por favor, não chores, meu amor.
Corta meu coração ver você disperdiçar esse teu choro.
Tire esses óculos, lave seus olhos. Agora, olhe a chuva. Tenho certeza que ela limpará tua alma. Esqueça, aprenda, dance, sorria. É assim que eu te vejo. É assim que eu quero. Um dia eu também direi tchau, mas tenho certeza que será um alívio.

(esses teus olhos verdes já foram minha paixão)

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