O tempo a te esperar.

os pensamentos estavam lhe consumindo, eu já havia notado. Tentou buscar palavras que descrevessem sua angústia. Encontrou algumas delas em minhas, que meramente foram ditas sem nenhum sentido de encaixe em tua vida. Eu sei o que pensa. Aliás, eu imagino. Ela viveria um eterno encontro sem dizer adeus. Aceitaria ir embora se tivesse alguém para fazer de seus passos, tranqüilamente, uma paz a seguir, acreditando em refúgio num novo amanhecer.

A espera não é a morte da esperança. Talvez seja uma incerteza. Talvez, um "sim". Não se sabe. Confesso que também queria saber. E as suas dúvidas, ainda mais.
Ela quer respostas para um suposto sentido de amar, mas primeiro, busca saber se não são apenas "remotas possibilidades". Procuraria o acaso em suas lembranças, mas sabe que ele não existe e que o encontro com o destino virá quando menos sonhar.
Pelos teus olhos escorrem as palavras não ditas, aquelas saboreadas com a lágrima mais salgada, com caminhos a se perder. Escorrem paixão ferida, doce como a primeira, azeda como a de "nunca mais" igual. Nada seria como teu passado foi, quando foi curada pela ilusão que, francamente, inundou teu coração mas que foi perdendo espaço para um novo, que aceitaria sem pedir razão e que tão pouco aceitaria com menos paixão. A quietude assopra em teus ouvidos, um querer perdido em expectativas.
Submersa em vasto silêncio que outrora gritou amor latente, buscou calor em meio a sua solidão que queimava no fogo do esquecimento de um outro alguém, perdendo-se no frio que vivia o verão de sua vida. De sua memória, presa no sonhar das emoções.
Apressou-se para não dizer adeus, mas o tempo foi mais rápido e encontrou o aceno antes mesmo de alcançar a intensidade do seu caminhar e então, sua pressa de nada foi suficiente para lhe criar coragem para apenas se deixar levar.
Mas os dias hão de mostrar, a vida tomar seu rumo com gestos ainda tímidos, sem nenhuma explicação que requeira sentido ou direção. E o amor, fica todinho em seu peito. Guardando a lembrança de um dia sem chuva, da ausência de calor e de mãos que enxugam o viver que insiste saudade chorar.
Por detrás desses olhos pretos, que haja brilho pela esperança a nascer e que na falta de palavras, crie-se um caminho a resumir o teu querer.

(que passe devagar, posto a esperar o tempo que há de chegar)

Para Sté,
a melhor companhia.
Como em dias chuvosos,
quanto em raios a iluminar.

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