pé de valsa

o peso do desaparecimento das emoções,
dentro de mim,
estava começando a acabar comigo.
Chorava por horas, depois ficava acordada por dias.
Não é exclusivo e passivo de ser normal.
Sonhei quando não acreditava em nada do que via.
E o que ficou marcado, verdadeiramente e essencial aos olhos meus,
foi de não esperar atingir meu limite para me livrar da dor e do medo.

Talvez eu caminhasse em direção ao temporal.
Talvez eu iria ao encontro daquele banco no Parque da Luz.
Talvez
Talvez seja isso ou quem sabe estou bancando a distante.
Estranho, porque lá vem o velho e delicioso amor a me dilacerar de novo.
Em nocivos instantes.
As vezes, sinto que o vazio insiste inundar meu viver.
Voltando pra mim. Não é dúvida. É certeza. Absoluta.
Mas é um retorno impiedoso e não tenho poder contra isso.
Por isso vou conforme a valsa,
lentamente,
pois tudo o que nego ou esqueço é
vagamente
tudo aquilo que eu mais era.
o que eu mais sou.
E eu não posso fugir de mim. Ou não deveria.

(a vida, cujo traçado indefinido, ainda guarda lugar pra mim ?)

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