Outra face do tempo

Se quiseres ficar, que fiques
Mas que Deus me perdoe
se eu não puder querer.

Se eu quiser querer, que me deixe
Mas eu não me perdoarei
se não me deixares ficar.

Quero me saciar com as estações
que vens e passas...
Mas eu só sofro com essa desgraça!

Se eu me perco no tempo,
o tempo se perde (de mim) ?

Sobre as horas que vivi na sombra dos meus gestos,
Eu entrego-me sem ternura
mas com sossego e sutileza sem tamanho.

Se eu puder ser melhor
a mais doce ou eterna amiga,
o sonho não irá se perder.

Se quiseres ver os instantes passarem, que vejas
Mas não se perdoará se não
tiveres contentamento.

Se me deixares ver teu olhar... que seja,
Mas me alegrarei por ver os olhos
que me abriram o tempo, sem que eu tivesse tempo!

Porque de saudade eu me afogo
e de desejo eu vivo
Mas, para fazer poesia sobre teu presente,
não preciso me perder no passado.

(Não é o tempo que está se perdendo,
nem nós que estamos perdendo o tempo
e sim o tempo que está NOS perdendo)

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