ainda é (será!) você

Quando você voltou a se aproximar dos meus olhos, eu não sabia ao certo sobre o que sentir ou o que fazer. Talvez meu medo maior era de me envolver mais uma vez na dança que só você sabe me conduzir. Demorei para ceder. Demorei demais para aceitar meu amor por você Talvez seja aquele velho clichê de que, quando queremos alguma coisa e finalmente a temos, a vontade passa. Mas, o problema é que minha vontade de você nunca passou. Naquele 12 de abril, quando me despedi de você, me lembro perfeitamente das suas lágrimas e dos seus olhos de saudade. E lembro do seu beijo naquele corredor que tanto nos acolheu. Desde aquele dia, minha vontade de você só aumentou. Minha saudade só apertou. E meu amor por você, embora que escondido embaixo de sete chaves, ainda persistiu durantes esses longos anos longe de você. Meu Deus! Que falta você me fez. Mas, ainda bem que o tempo passa. E ainda bem que o tempo passou para as pessoas e coisas ao nosso redor. Menos para nós: pode passar milhares de estações ao longo dos anos; pode passar centenas de pessoas em nossa vidas; podem passar carros, bicicletas, horas, dias, dores, alegrias, choros, desesperos, medos, receios, palavras e poesias, autores e guerras, versos e revoluções... ainda será você, que salva e transforma a minha alma. Ainda será você, dono dos meus maiores e melhores beijos, abraços e agodás. Ainda será você a revirar meus olhos e estremecer todo o meu ser... porque foi a partir do momento que olhei nos seus olhos que me encontrei. E pude, enfim, entender que o tempo não apaga o que é pra ser nosso. Nem nada. Nem ninguém.

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