café

Minha mente, talvez, nunca estará pronta para esquecer àquela manhã. Nossa, enfim, primeira manhã. Não de papel passado ou de escova de dentes lado a lado. Mas, nossa primeira manhã de uma vida inteira. Acordar ao seu lado, depois desses anos todos, e ver seus olhos fechados foi, deveras, a coisa mais serena que meu coração já pode sentir. E é isso que me encanta em você: essa sua forma de ser tudo para mim de uma maneira tão bonita e tão simples. De ser tudo tão quietinho, tão gostoso e tão calminho. Virar a cabeça para o outro lado e, depois, revirar para olhar teus olhos brilhando com a luz clara do quarto foi, deveras, a coisa mais emocionante de todas. Eu não quero me cansar de dizer o quanto sou apaixonada pelo brilho que seus olhos tem. Nem da forma que eles sorriem quando encontram os meus. Na minha lista de coisas bonitas para ver antes de tudo desaparecer, seus olhos estão (e estarão) em primeiro lugar. Minha mente, ainda, nunca está pronta para esquecer seu jeito cordial de ser. Aquela simples xícara de café fez meu ser estremecer completamente. Em nossa primeira manhã, eu tentei muito não deixar escorrer uma lagriminha. Mas, foi difícil. Aquela xícara me fez chorar bem quietinha e escondida, para você não perceber. Foi uma lágriminha de felicidade e de uma coisa que eu nunca senti antes. Era como se você tivesse me entregado todo o seu mundo naquela manhã. Todas as suas manias, jeitos e formas. E eu, com esse coração meloso que bate em desconexo só por receber seu café docinho, não pude me conter: receber todo esse carinho me fez ser a pessoa mais completa
e, verdadeiramente,
mais feliz
de todas.

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